quinta-feira, 21 de abril de 2022

Crimes que Abalaram o Brasil

ENGENHEIRA DESAPARECE APÓS SUPOSTO ACIDENTE
A engenheira de produção Patrícia Franco, 24 anos, desapareceu em 14 de junho de 2008, quando o carro que dirigia caiu em um canal na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No início, o caso foi tratado como um acidente, mas, dias depois, familiares encontraram marcas de tiros no veículo, que estava em uma oficina. O corpo da jovem nunca foi encontrado. O Instituto de Criminalística, da Polícia Civil, confirmou que o carro foi atingido por disparos de calibres usados por policiais militares. Segundo a investigação policial, PMs perseguiram o carro e atiraram porque ela se recusou a parar. Ao verem a ocupante do veículo, teriam decidido ocultar o corpo. Os acusados afirmaram que ela se acidentou e que o corpo desapareceu na água.

Um Inquérito Policial Militar (IPM) concluiu, por falta de provas, pela inocência dos quatro PMs. O caso, entretanto, segue na Justiça. Os policiais Willian Luis do Nascimento e Marcos Paulo Nogueira Maranhão respondem por homicídio e ocultação de cadáver, e Fábio da Silveira Santana e Márcio Oliveira dos Santos, por ocultação. Eles aguardam o processo em liberdade. Três anos após o desaparecimento da engenheira, a Justiça do Rio de Janeiro declarou a morte presumida da engenheira em junho de 2011, a pedido do pai de Patrícia.

MILITARES SÃO ACUSADOS DE ENTREGAR JOVENS PARA TRAFICANTES RIVAIS

Em junho de 2008, um grupo de 11 militares teria entregue Marcos Paulo da Silva, 17 anos, Wellington Gonzaga Costa, 19 anos, e David Wilson Florêncio da Silva, 24 anos, que moravam no morro da Providência, a traficantes de uma facção rival, no morro da Mineira, no Rio de Janeiro. A motivação seria um desacato cometido pelas vítimas ao serem abordadas quando voltavam de um baile funk. O trio foi torturado e morto com 46 tiros. Segundo testemunhas, além de entregarem os homens dizendo ser "um presentinho da Provi(dência)", os soldados do Exército dançaram funk em "homenagem" à facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) após o crime

Os 11 suspeitos foram presos e denunciados por homicídio triplamente qualificado. O tenente Vinícius Ghidetti de Moraes Andrade e o sargento Leandro Maia Bueno aguardavam presos para ir a júri popular. Em agosto de 2011, porém, a justiça decidiu que eles podiam esperar o julgamento em liberdade. Na época do crime, os militares ocupavam o morro para participar de um projeto social destinado à reforma de casas populares. A Justiça Federal chegou a determinar a retirada dos militares, mas o governo recorreu e manteve as tropas nas ruas. Pouco depois, as obras foram paralisadas pela Justiça Eleitoral e o Exército deixou o morro.

CÁRCERE DE 100 HORAS ACABA EM MORTE EM SP
Em outubro de 2008, Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, foi mantida refém por 101 horas pelo ex-namorado Lindemberg Alves, 22 anos, em Santo André, no Grande ABC Paulista. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo. Inconformado com o fim do relacionamento, o motoboy invadiu o apartamento em que Eloá morava com a família e rendeu a adolescente e sua melhor amiga, Nayara Rodrigues da Silva.

Após quatro dias de negociações e trapalhadas - Nayara retornou ao cativeiro para negociar com Lindemberg mesmo após ter sido libertada -, a polícia invadiu o apartamento. Segundo os agentes, a ação aconteceu depois de um disparo ter sido ouvido no local. Eloá foi resgatada baleada na cabeça e Nayara, atingida no rosto. Eloá morreu no hospital, no dia seguinte ao desfecho. A amiga sobreviveu aos disparos feitos por Lindemberg no momento da invasão. Ele está preso e aguarda julgamento.

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