quinta-feira, 2 de junho de 2022

Criaturas Praticamente Vivas da Literatura Mundial

A Baleia de Graciliano Ramos — possivelmente, o animal mais humilde e injustiçado que se tem notícia no mundo cão da literatura brasileira. Indignada com a ingratidão dos donos, tentou se esquivar dos tiros, mas morreu com o desgosto dos chumbinhos furando o seu couro velho. Ela bem que tentou: ladrou, ladrou, mas a carruagem não parou (nem as balas). Com os olhos caninos comoventes e rasos d’água, testemunhou as vidas secarem bem ali à frente de seu focinho.

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